sexta-feira, 11 de março de 2011

Nada do que foi será...

Engraçado como as coisas mudam, né... A gente pensa que tudo é eterno quando ama. A gente pensa que nada dói e que o que dói é amor, quando na verdade, é o contrário.
Li no mural de uma amiga do Facebook ontem algo como  "amor não dói, porque amor é alegria da alma". Fiquei pensando nisso ontem um tempão até os olhos fecharem lutando contra o sono. A gente luta contra a felicidade como luta contra o sono quando pensa que ficar acordado é que é o melhor. Pode ser, ou não... como dizia Caetano. Tudo tem seu momento. O que é bom hoje pode não ser amanhã. O que foi música ontem pode ser um ruído hoje. Tudo é relativo.
Demorei pra encarar de frente essa minha teoria particular da relatividade. Nem física, nem metafísica, não é ciência de tubo de ensaio, telescópio ou cálculos matemáticos, é a ciência da vida.  Hoje sei que o Raul estava completamente certo quando proclamou que preferia ser "essa metamorfose ambulante". Ele já devia saber que nada nesse mundo é estático. Nem o espírito, nem o corpo, nem as coisas, muito menos as opiniões.
Tem gente que passa a vida fingindo que sabe tudo e que bate o martelo sobre suas convicções. Mentira! Lá dentro, escondido feito um caixa de bombons devorada, está a incerteza. Está lá, plantada como uma semente que ele cuida de tentar matar: a dúvida. Nada mais aterrorizante para um sabe-tudo do que a expressão: "será?".
Mas por que, meu Deus?! Porque somos assim incorrigíveis? Quero dizer: porque teimamos e teimamos em ser mais do que realmente somos? Não estou falando dessa coisa positiva de querer melhorar e de provar o quanto podemos evoluir. Não... estou falando justamente do contrário. Por que insistimos tanto em não querer ver o quão pequenos somos diante da grandeza do universo e de todas a coisas que estão fora do nosso alcance? Quando em verdade, em verdade, só nos resta o medo. O medo do que não conhecemos sobre tudo, inclusive sobre nós mesmos. Uma gripe diferente. Um mosquito. Um simples bacilo?
Vixe! Comecei falando de amor e terminei filosofando sobre a existência humana. Estão vendo como a gente não é dono de nada? É por isso que cada dia tenho mais certeza de que ser uma metamorfose ambulante deve ser mesmo a melhor coisa do mundo. Ou não...

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