quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O som da música está de volta

Hoje, no post da Marcela Buscato, no Blog 7X7, eu relembrei uma das minhas emoções prediletas: a de quando vi o filme "A Noviça Rebelde", pela primeira vez. E de muitas outras vezes em que revi o filme, um clássico que jamais morrerá.
Quero dividir com vocês, amigos, a notícia de que o elenco do filme se reunirá pela primeira vez após 45 anos, no programa da Oprah Winfrey. E, melhor, a família Von Trapp, que deu origem à história, estará também presente. Imperdível, não é? Querem saber detalhes, onde, como, a que horas? Cliquem aqui!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Coragem, aonde você andava?

Já falei aqui sobre o que o medo pode fazer às pessoas. Digo e repito que o medo deve ser um motor e não um freio. Me lembrei disso ontem.
Uma amiga foi fazer a primeira tatuagem de sua vida após 20 anos de longa espera por... coragem!  E agora ela sabe que não era assim tão bicho-papão esse  negócio de pintar a pele. A partir daí passou a fazer coisas que há muito tempo vinha precisando e desejando muito fazer, e que havia protelado ou deixado de lado porque o medo a impedia - medo de errar, de arriscar, de ser rejeitada de novo, de levar um não como resposta, de que as pessoas não a achassem boa o suficiente para que fizesse parte da vida delas. Medo de quase tudo, disfarçado de boa-vontade, camuflado entre vários "sim" ditos de sorriso no rosto, como se tivesse tomando um sorvete, quando na verdade estava provando remédios amargos.
Minha amiga me deu muito orgulho, porque hoje posso dizer que ela (não por caua da tatuagem, mas pelo que ela significou nesse momento), é uma mulher que resolveu tornar-se protagonista da própria vida (como disse um personagem do filme "O amor não tira férias" - assistam!). Minha amiga, claro, tinha  absoluta certeza do que estava sendo marcado para sempre no próprio corpo, e, a cada movimento do tatuador, essa certeza ia aumentando e uma emoção grande tomando conta de sua alma, como se ali, junto com a tinta, estivesse sendo pintada a verdadeira mulher por detrás daquele corpo.
A coragem da minha amiga que, alías, ficou absolutamente feliz com o resultado e com a sua atitude depois de tanto tempo esperando por esse momento, é um marco e fica aqui registrado, como minha homenagem a ela e inspiração para outras. Não para que saiam fazendo tatoos por aí - que isso é coisa muito pessoal - mas para que ajam de forma a não se arrependerem do que não fizeram. Creiam: isso é muito pior do que se arrepender do que se fez.
Foto e tatuagem: Leo Lobinho/Pietá Studio de Tatuagem/Belo Horizonte (MG)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

I Try to discover...

Poucas bandas fizeram tanto sucesso como esta, que estourou nos anos 80 e até hoje arrasa. A letra a seguir tem muito a ver comigo e com a minha história, além de ser um balanço capaz de agitar qualquer um, independente de idade. Quem quiser ouvir, clique aqui. Pra cantar, é só seguir a letra aí embaixo, ta.


I try to discover


A little something to make me sweeter

Oh baby refrain from breaking my heart

I'm so in love with you

I'll be forever blue

That you gimme no reason

You know you make-a-me work so hard


That you gimme no

That you gimme no

That you gimme no

That you gimme no


Soul, I hear you calling

Oh baby please give a little respect to me


And if I should falter

Would you open your arms out to me

We can make love not war

And live at peace with our hearts

I'm so in love with you

I'll be forever blue

What religion or reason

Could drive a man to forsake his lover


Don't you tell me no

Don't you tell me no

Don't you tell me no

Don't you tell me no


Soul, I hear you calling

Oh baby please give a little respect to me


I'm so in love with you

I'll be forever blue

That you gimme no reason

You know you make-a-me work so hard


That you gimme no

That you gimme no

That you gimme no

That you gimme no


Soul, I hear you calling

Oh baby please give a little respect to me


Soul, I hear you calling

Oh baby please give a little respect to me

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Boa noite, coração

Boa noite a quem não desistiu.
Boa noite a quem chegou até o fim do dia e descobriu que viveu um pouco melhor o dia de hoje do que o dia de ontem.
Boa noite a quem pensa em tirar da vida o melhor e vai dormir hoje com a sensação do dever cumprido.
Boa noite a quem encontrou o amor, nem que seja pelo telefone.
Boa noite a quem colocou os pés na grama e sentiu a  maciez que só ela tem.
Boa noite aos que não se deixaram levar pelo som do impossível e se puseram a cantar uma música nova.
Boa noite à moça feia na janela, ao passarinho que achava ter perdido o rumo de casa e, depois de tanto tempo, retorna, ainda meio tonto, com medo e inseguro, mas retorna.
Boa noite à sereia que parou de cantar simplesmente porque entendeu que o amor chegou e que não necessita mais encantar a todos, mas apenas a um.
Boa noite à esperança, que não morre, mas adormece e acorda todos os dias mais bonita.
Boa noite ao tempo, que não envelhece.
Boa noite ao assobio do vento, que é como cantiga de ninar os amantes da noite.
Boa noite a você, que me ouviu e que está em meus braços, embora distante.
Boa noite à lágrima que se cansou de cair, porque a tristeza passou...
Boa noite, coração.
Boa noite.
Texto: Lidiana Braziolli
Imagem: amamaia.blogspot.com

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Felicidade de pés descalços

Hoje estou feliz que nem criança quando ganha um doce, como menino que consegue apanhar aquela fruta que estava lá no galho mais alto, como uma menina que fica sentada no muro comendo um pedaço de bolo que acabou sair do forno, balançando os pés como se nada no mundo mais importasse. É aquela felicidade que ainda não é "a" felicidade, mas que já é um começo, uma luzinha brilhando como quando a gente ta andando no meio do mato e acha uma fruta no chão e aí fica alegre, mas logo pensa na árvore cheia de frutos iguaizinhos e frescos. Os olhos brilham. Pois é. Enquanto a gente não acha a árvore, vai ficando alegrinho, alegrinho, só imaginando o resto. E essa é a minha sensação agora.
Estou curtindo esse momento. E rezando para que eu chegue logo ao pé da árvore.
Você, aí, do outro lado, já se sentiu assim? Em que momentos da sua vida te deu esse comichão de criança de pé no chão caçando fruto no meio do mato? Ou que subiu no muro pra roubar a fruta do vizinho? Já sentiu esse gostinho? Pois então sabe bem do que estou falando.

domingo, 12 de setembro de 2010

Do bicho-pau

Os amigos desse meu pedacinho que me perdoem, mas estou naquela fase em que os ursos ficam. Me sinto uma ursa em estado de hibernação. Não tenho vontade de nada, a não ser de ficar comigo mesma, pensando, pensando, escondida num lugar em que somente meus sonhos e pensamentos podem chegar. Penso em como seria não enxergar, não andar, não poder se mover, estar diante de um obstáculo até certo ponto intransponível.
Fico pensando em como seria não poder sentir as próprias pernas, ou enxergar por onde vão os próprios pés. E de como seria lidar com isso pelo resto da vida. Talvez não seja tão fácil, mas talvez não seja tão difícil. É mais ou menos assim que me sinto ultimamente, como se estivesse paralisada - imóvel e impotente diante de uma força maior que eu - e ao mesmo tempo cega, diante de algo que me atrai feito a luz da lâmpada atrai uma mariposa. Talvez me queime. Talvez me machuque. Mas certamente vou sair mais forte disso tudo. O que não posso, não quero e não devo fazer, é fingir que nada está acontecendo. Que essa dor não me atinge. Ou que isso deve ficar repousando por mais vinte ou trinta anos, "no pano de guardar confetes".
Meu avô Zé Braziolli dizia que todo mundo tinha seu lado bicho e que todo bicho tinha uma parte da vida em que precisava recuar diante de situações que lhe fugiam ao controle, ou que exigiam ficar paradinhos, inertes, completamente imóveis, a fim de salvar a própria pele, ou simplesmente para em seguida tomar a decisão correta. É um ato de coragem e ao mesmo tempo de autoconhecimento. Meu av dizia que o bicho-pau, que a gente vivia encontrando no meio das plantas do jardim, adorava se fingir de morto, pra depois ficar "rindo da nossa cara".
Pois esse é meu momento bicho-pau. Quero ficar assim, até poder rir da cara do destino.
Foto: http://www.scb.org.br/inspiracao/naturezaviva/2k20310.asp

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Das coisas que não vivi

Hoje estou triste. E a culpa é das coisas que não vivi. Dos beijos que não dei. Dos abraços que não ganhei. Das noites e dias não divididos. Boa parte da vida que estou vivendo passo a pensar sobre essas saudades e de como teria sido se eu tivesse escolhido fazer diferente. Outra parte significativa do meu tempo é dedicada a viver pelos que estão presentes na minha vida hoje e que são muito importantes pra mim. Mas nenhum deles sou eu. Tenho a impressão de ser egoísta quando penso apenas em mim, na minha felicidade, em viver pelo menos por um dia emoções que me façam sair do chão. Será que eu mereço ou não viver esse momento, esse dia especial. Fico pensando como seria desafiar a ordem das coisas. Como seria não ser tão certinha, tão correta, tão ética. É tentador pensar na felicidade completa. É tentadora como canto de sereia essa felicidade que me chama nos sonhos, na imaginação...
Há momentos - e este agora é um deles - em que tenho vontade de largar tudo, tudo mesmo, e sair. Simplesmente sair, com uma mala nas mãos e uma passagem para algum lugar do passado onde fui muito feliz. Onde as coisas eram simples. Onde não existia perigo de infelicidade ou infidelidade.
É muito difícil não pensar em como teria sido se as decisões tomadas por nós tivessem sido diferentes. Conviver com essa dor, disfarçá-la por tanto tempo, mascará-la a ponto de pensar que ela não mais existisse, isso tenho feito, sim, mas nem sempre é possível. Especialmente nesse mês de setembro, quando se aproxima o meu aniversário.  O número 19 tem um significado especial pra mim, mas não é exatamente por ser a data em que eu nasci, mas por representar uma feliz coincidência e por me trazer uma esperança - tênue, curta, quase mórbida - de que um dia, num aniversário, eu receba o presente que espero há tanto tempo.
O mês de setembro é o mês dos ipês amarelos. Essa árvore forte do cerrado mineiro que faz parte da minha vida e que se parece muito comigo também. Hoje, vindo de Curvelo pra BH, vi muitos deles em meio à cinza e ao pretume deixado pelo fogo. Alguns estavam queimados quase completamente, mas na copa, lá no alto, uma ou duas flores resistiam amarelando de longe a paisagem, brilhando no sol causticante da manhã de setembro. Kilômetro a kilômetro, lá estava ele, o ipê, florindo depois de ser incendiado.  Como se rindo daquilo tudo. Rindo da própria sina, do sofrimento inevitável. E ao mesmo tempo como um sinal de que a chuva vai chegar. Por várias vezes me sinto como eles, os ipês amarelos. Se pudesse, tinha um debaixo da janela. E você, que árvore gostaria de ter debaixo da sua janela?
foto: area3.updateordie.com