Já falei aqui sobre o que o medo pode fazer às pessoas. Digo e repito que o medo deve ser um motor e não um freio. Me lembrei disso ontem.
Uma amiga foi fazer a primeira tatuagem de sua vida após 20 anos de longa espera por... coragem! E agora ela sabe que não era assim tão bicho-papão esse negócio de pintar a pele. A partir daí passou a fazer coisas que há muito tempo vinha precisando e desejando muito fazer, e que havia protelado ou deixado de lado porque o medo a impedia - medo de errar, de arriscar, de ser rejeitada de novo, de levar um não como resposta, de que as pessoas não a achassem boa o suficiente para que fizesse parte da vida delas. Medo de quase tudo, disfarçado de boa-vontade, camuflado entre vários "sim" ditos de sorriso no rosto, como se tivesse tomando um sorvete, quando na verdade estava provando remédios amargos.
Minha amiga me deu muito orgulho, porque hoje posso dizer que ela (não por caua da tatuagem, mas pelo que ela significou nesse momento), é uma mulher que resolveu tornar-se protagonista da própria vida (como disse um personagem do filme "O amor não tira férias" - assistam!). Minha amiga, claro, tinha absoluta certeza do que estava sendo marcado para sempre no próprio corpo, e, a cada movimento do tatuador, essa certeza ia aumentando e uma emoção grande tomando conta de sua alma, como se ali, junto com a tinta, estivesse sendo pintada a verdadeira mulher por detrás daquele corpo.
A coragem da minha amiga que, alías, ficou absolutamente feliz com o resultado e com a sua atitude depois de tanto tempo esperando por esse momento, é um marco e fica aqui registrado, como minha homenagem a ela e inspiração para outras. Não para que saiam fazendo tatoos por aí - que isso é coisa muito pessoal - mas para que ajam de forma a não se arrependerem do que não fizeram. Creiam: isso é muito pior do que se arrepender do que se fez.Foto e tatuagem: Leo Lobinho/Pietá Studio de Tatuagem/Belo Horizonte (MG)
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