quinta-feira, 29 de julho de 2010

A pior das tempestades*

Algumas vezes caminhamos, curvados e trôpegos, enfrentando tempestades que a vida nos traz. E a primeira pergunta quase sempre é: de quem é a culpa?
A busca por um culpado pode nos tomar muito tempo. Ao invés de se buscar uma solução, buscamos o erro. Nesse caso, o erro do outro.
A sensação de fracasso diante de uma falta, de uma falha, de uma pedra em que se tropeçou, não é boa, reconheçamos. Não mintamos dizendo que esse peso não nos dói nas costas, que o vento não nos incomoda ou nos arrasta. Sim, isso é fato. E devemos encará-lo. Mas é possível que nem sempre sejamos firmes o bastante para agirmos de forma correta.
Ao recebermos o impacto da tormenta, não devemos nos deixar enfraquecer, pois as tormentas fazem parte do nosso dia-a-dia. Do processo da evolução do espírito e da mente humanas. Em alguns momentos será preciso envergar (aquela velha história do bambu...) para não quebrar. Isso não é um retrocesso. É um ato de sabedoria, ou na pior das hipóteses, uma estratégia de sobrevivência, muito mais benéfica que a revolta, o ressentimento ou o sentimento de fracasso e tristeza.
Após a passagem da tempestade, o sol volta a brilhar, a paz volta a reinar e percebemos que os estragos não foram tão grandes assim. E a gente está lá. Com as raízes no lugar. E mais fortes.
Então, ao sermos envolvidos pelas tempestades da vida, não nos deixemos arrancar de nossa fé, de nossa conduta moral correta, do caminho certo que começa a ser, lentamente, percorrido. Não se deve, por antecipação, deixar sentimentos inferiores tomarem conta do coração, porque eles são como ervas daninhas.
Devemos aguardar que a tempestade desabe, mesmo que ela o faça com toda a sua fúria.
Calma e confiantemente, aguardemos a bonança. Ela virá, com certeza.
A vida também é feita de pequenos ou grandes percalços, depende do prisma pelo qual olhamos.
A pior tempestade que pode desabar sobre nossas vidas é a da falta de fé, porque ela gera outras pequenas tormentas que se tornam grandes: o desânimo e a da falta de confiança em nós mesmos ou nos que amamos. Se estivermos firmes em nossa fé - e agirmos de boa fé - todas as outras tempestades nos parecerão pequenas ou, pelo menos, superáveis. E mais: serão momentos de construção e não de destruição.
Confiança, coragem e fé: sinônimos de grandeza de alma.
*Este texto foi adaptado de um outro, de mesmo título, enviado pelo Padre Marcelo Rossi, através de seu site www.padremarcelorossi.com.br

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